Na cadeia, ceia de Natal de Pezão teve peru e rabanada

O governador Luiz Fernando Pezão comeu peito de peru e teve direito a rabanada de sobremesa na ceia de Natal servida no Batalhão Especial Prisional (BEP) da PM, em Niterói, onde está preso suspeito de ter recebido ao menos R$ 39 milhões em propina. A refeição diferenciada foi servida nesta segunda-feira, véspera de Natal. Nesta terça, o governador voltou à rotina alimentar de todo preso do sistema penitenciário do estado: comeu arroz (apesar do cardápio oferecer como opção macarronada), feijão, farinha, carne branca ou vermelha (carne, peixe, frango), legumes, salada, sobremesa e refresco

A informação é da Secretaria estadual de Administração Penitenciária (Seap). Em nota, a assessoria informou que o cardápio não foi exclusivo do governador, mas foi oferecido para todos os internos do sistema penitenciário do estado.
Cardápio igual foi servido para o ex-governador Sérgio Cabral, o prefeito de Niterói, Rodrigo Neves;, e outros políticos que foram parar atrás das grades em operações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, desdobramentos da Operação Lava-Jato.

Pezão foi preso no dia 29 de novembro. Segundo a procuradora-geral, Raquel Dodge, o governador assumiu a liderança do esquema de corrupção no Estado após a prisão do ex-governador Sérgio Cabral, que coordenava o esquema anteriormente, e continuou a cometer crimes apesar do andamento das investigações, em especial, a lavagem do dinheiro obtido de forma ilegal.
Segundo Raquel Dodge, "mesmo depois das prisões já feitas em relação aos que lideravam até recentemente esse esquema criminoso, houve uma nova liderança, e é nessa perspectiva que reponta a atuação do atual governador do Rio de Janeiro, que assume a liderança desse esquema e nele inclui novos atores, o que evidencia que houve uma sucessão com novos participantes sob uma nova liderança", disse Dodge na época da prisão.

A defesa do governador nega todas as acusações. O advogado Flávio Mirza, que defende Pezão, revelou que já ingressou com duas apelações pedindo a liberdade de seu cliente. No sábado, ele discutiu detalhes da defesa com o governador.
Além de Pezão, outras oito pessoas tiveram a prisão decretada por envolvimento no esquema, incluindo secretários do governo estadual fluminense, empresários e pessoas ligadas a Pezão. Foram expedidos ainda 30 mandados de busca e apreensão nas cidades do Rio de Janeiro, Piraí, Juiz de Fora, Volta Redonda e Niterói.


Jornal Extra

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