Comandado pelo ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, o PSDB nacional decidiu vetar a expulsão do ex-governador Alberto Goldman e do secretário de Governo Saulo de Castro; os dois tucanos foram expulsos por ordem do candidato ao governo paulista João Doria, que comanda o diretório municipal; ele aderiu ao neofascismo de Bolsonaro; irritado com a traição de Doria, Alckmin deve ficar neutro na disputa presidencial, mas certamente irá apoiar seu vice, Marcio França, que concorre ao cargo pelo PSB
Comandado pelo ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, o PSDB nacional decidiu vetar a expulsão do ex-governador Alberto Goldman e do secretário de Governo de São Paulo Saulo de Castro. Os dois tucanos foram expulsos pelo diretório municipal da sigla por ordem de João Doria, que controla o organismo. Doria decidiu aderir abertamente candidato fascista Jair Bolsonaro. Irritado com a traição de Doria, Alckmin deve ficar neutro na disputa presidencial, mas certamente irá apoiar seu vice Marcio França (PSB).
Goldman usou um adesivo de Paulo Skaf (MDB) no debate do primeiro turno da TV Globo. No domingo (7), Saulo levou o chefe do executivo paulista a uma reunião com Alckmin. Em nota, a legenda tucana classificou a decisão da expulsão como "arbitrária e inócua".
A expulsões de Goldmann, de Castro e de outros 15 membros da sigla tucana aconteceu por suposta infidelidade partidária. Goldmann havia dito que não apoiaria Doria na campanha para o governo estadual. Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, ele bateu duro no correligionário.
"Sou contra Doria pela conduta que sempre adotou em relação a uma série de problemas na cidade. Foi péssimo prefeito, não fez gestão coisa nenhuma, e além disso o caráter dele. Você pode ter divergências políticas e administrativas, mas caráter não. Ele é homem que não respeito seu caráter e sua forma de agir desde muito tempo", disse.
As expulsões e a posição do Diretório Nacional do PSDB colocam em evidência a dificuldade de João Doria em aglutinar o próprio partido e também a falta de convergência dos tucanos em torno de uma candidatura para governar a principal "máquina" econômica do País, o estado de São Paulo. Depois de apoiar um golpe parlamentar, marcado atualmente pela estagnação e pelo corte de direitos sociais, a legenda agora vê um dos seus principais membros, o ex-prefeito da capital paulista, aderir à onda fascista de Bolsonaro, que tem uma agenda profundamente marcada pela continuidade do golpe: corte de direitos da classe trabalhadora e vista grossa para políticas em favor de negros, mulheres, LGBT, índios e pobres.
Os desentendimento entre tucanos já tinha ficado evidente em setembro deste ano, quando Alckmin disse que não apoiaria o senador Aécio Neves (PSDB), desgastado com a gravação da JBS, em que ele pede propina de R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista, e com as derrotas no primeiro e no segundo turnos da eleição presidencial de 2014 em seu próprio reduto eleitoral, Minas Gerais.
Depois, em plena campanha do primeiro turno, em meados de setembro, o ex-presidente do PSDB Tasso Jereissati abriu as baterias contra o apoio do partido do golpe e à participação de seus líderes no governo Temer (aqui).
Brasil 247