Segundo a mãe do menino, poucas horas após tomar a injeção Gabriel ficou agitado, com respiração ofegante e teve convulsões
Uma mãe, moradora de Santo Antônio de Pádua, vive o sofrimento de perder um filho de apenas três meses, que segundo ela, morreu horas após tomar uma injeção contraindicada para crianças menores de um ano, no Hospital Hélio Montezano.
Ao SF Notícias, a Wandela Barbosa relatou que o pequeno Gabriel Teixeira Demiciano passou mal no último dia 5 e foi levado para o hospital da cidade, apenas com vômito e náuseas. Ela afirma que ele foi atendido por uma médica, que mandou aplicar uma injeção de Digesan, por volta das 18h50min.
A mãe conta que pelas 20h30min Gabriel estava com a respiração ofegante, o que segundo ela piorava com o passar do tempo. “Voltei no hospital, a mesma médica estava lá e ela levou ele direto para o CTI” – contou Wandela, que também disse que o menino teve febre antes de retornar ao hospital.
Wandela disse ainda que Gabriel teve convulsões e foi transferido para o Hospital São José do Avaí, em Itaperuna, com laudo de bronco aspiração, o que não foi comprovado por exames, ainda segundo a mãe.
O menino não resistiu e morreu no último dia 6. Wandela conta ainda que baixou a bula do remédio injetado na criança e que ele é contraindicado para menores de um ano. Ela também disse que o Hospital só entregou o prontuário de Gabriel na última segunda (09) e que o mesmo apresenta rasuras na quantidade de medicamento ministrada e no horário de atendimento.
Os pais do menino registraram o caso na 136ª Delegacia de Pádua e pediram a exumação do corpo. Wandela também disse que levou o caso ao Conselho Regional de Medicina e ao Ministério Público. Segundo a Polícia Civil, o representante do hospital e a médica serão intimados. Ainda segundo a Polícia Civil, eles aguardam o laudo do médico legista e investigam se há realmente a contraindicação do medicamento.
A bula do Digesan, Solução injetável da Sanofi-Aventis Farmacêutica Ltda disponível no site da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aponta que o medicamento não deve ser ministrado “em crianças menores de 1 ano de idade, devido ao risco aumentado da ocorrência de agitação, irritabilidade e
convulsões”.
Desde ontem o SF Notícias tenta contato com a Fundação José Kazen, responsável pelo Hospital Hélio Montezano, mas sem sucesso até o fechamento dessa matéria.
SFnoticias