O caso está tramitando em segredo de justiça
O caso do delegado de Bom Jesus do Norte, no Sul do Espírito Santo, Adhemar Pereira Fully — que se envolveu em um acidente com morte em Manhumirim, em Minas Gerais, no dia 10 de fevereiro deste ano — foi encaminhado para a Justiça mineira. Ele foi indiciado por homicídio culposo na direção de veículo automotor, qualificado pela não-prestação de socorro à vítima e embriaguez ao volante.
Além dele, três pessoas foram indiciadas por favorecimento pessoal: Sebastião Tiago Soares de Avelar, Fábio Antônio da Costa e Márcio Jorge Fully, que é o pai do delegado. Márcio também foi acusado de praticar o crime de autoacusação falsa ao assumir o crime no lugar do filho. As informações são do delegado regional de Manhuaçu, Carlos Roberto Souza.
Logo após o acidente, Adhemar se afastou de suas atividades devido a uma licença médica, mas retornou em abril. Por meio de nota, a Polícia Civil do Espírito Santo informou que a sumária administrativa foi concluída e encaminhada para a instauração do Processo Administrativo Disciplinar (PAD), mas não informou como está o andamento.
Já o Tribunal de Justiça de Minas Gerais informou que o Ministério Público ofereceu denúncia e foi recebida em 23 de maio de 2018. No momento, após o delegado apresentar sua resposta à acusação, os autos estão com o Ministério Público. Por essa razão, e também pelo fato de se tratar de caso tramitando em segredo de Justiça, mais informações não podem ser divulgadas.
Em relação aos outros citados no inquérito, informou que todos os demais acusados têm ações na Justiça, mas não foi identificada nenhuma ligada a esse caso.
O ACIDENTE
No acidente, Adhemar colidiu contra uma moto e saiu do local sem prestar socorro. O motociclista Fernando José de Oliveira, que era um comerciante conhecido na região, foi socorrido por populares, mas não resistiu aos ferimentos e morreu horas depois no hospital.
Fully disse em depoimento à polícia mineira que ficou em choque após a batida e por isso não prestou socorro à vítima. Ele confessou ao delegado que bebeu duas latas de cerveja, de 473 ml cada, duas horas antes da colisão.
O delegado Carlos Roberto, que comandou a investigação do acidente, disse que o inquérito foi encaminhado ao Ministério Público, que tem um prazo para oferecer denúncia contra o delegado acusado ou devolver o inquérito à Polícia Civil para continuidade das investigações.
Gazeta Online