Motoristas de caminhões continuam de prontidão em diversas rodovias do estado do RJ e em todo Brasil, na manhã desta sexta-feira (25/05), mesmo após o anúncio feito pelo governo federal, na última noite, de uma trégua de 15 dias com a categoria. Representantes do movimento também se reuniram com o governador Luiz Fernando Pezão e fecharam um acordo, prometendo parar a greve por dois dias. Dentre as rodovias ocupadas no estado está a Via Dutra (BR-116). Segundo a concessionária que administra a via, no trecho fluminense, há motoristas em Barra Mansa e Seropédica. Pela madrugada eles se mantiveram no posto de serviço e no acostamento.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) identificou caminhões parados na BR-101, em trechos de Campos do Goytacazes; na Rodovia Magé x Manilha (BR-493); na Rodovia Niterói x Manilha (BR-101), em Itaboraí; na BR-393, na altura de Paraíba do Sul, Volta Redonda e Barra do Piraí; na BR-040, em Duque de Caxias e Petrópolis.
No ES, há manifestações e bloqueios em várias partes do estado, na BR 101 os manifestantes estão concentrados no km 125 em Sooretama, no km 159 em Linhares, no km 204 em João Neiva, no km 214 em Ibiraçu, no km 247 na Serra, no km 285 em Cariacica, no km 304 em Viana, no km 376 em Iconha e no km 414, na Safra, em Cachoeiro de Itapemirim.
Na BR 262 há registro de paralisação no km 95, em Domingos Martins, e no km 156, em Ibatiba.
Na BR 259 o movimento acontece no km 46 e 51, em Colatina, e no km 100, em Baixo Guandu.
Já na BR 447, os manifestantes estão concentrados no km 13,7, em Vila Velha.
O acordo
Após sete horas de reunião entre governo e representantes dos caminhoneiros, o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) anunciou na noite desta quinta-feira, 24, que houve acordo pela suspensão da greve por 15 dias. Nove das 11 entidades presentes aceitaram a proposta do Executivo, que prevê prazo de 30 dias para reajustes no preço do diesel. Esta era uma das principais demandas dos caminhoneiros, que queriam mais previsibilidade nos reajustes.
Para não interferir na política de preços da Petrobras e ao mesmo tempo garantir essa previsibilidade, o ministro Eduardo Guardia (Fazenda) informou que haverá um mecanismo de compensação à Petrobras a cada 30 dias, que terá que ser calculado mês a mês entre o preço que a estatal adotaria e o efetivamente adotado.
“O compromisso da Petrobras (de desconto no preço do diesel) é por 15 dias. Depois, a política volta normalmente. A política de preços continua preservada até a porta da refinaria”, assegurou Guardia. O acordo do governo com caminhoneiros também inclui a manutenção do desconto de 10% no diesel por 30 dias. Ontem, a Petrobras anunciou a medida por 15 dias, que será bancada pela estatal. A União se compromete a pagar uma compensação financeira à Petrobras pelos outros 15 dias acordados para “garantir a autonomia” da estatal.
Segundo Guardia, a partir do segundo mês, a União arcará com o valor entre o preço que a Petrobras adotaria e o adotado. Já o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, afirmou que o reajuste no preço do diesel a cada 30 dias está garantido “pelo menos até o fim do ano”.
A estimativa inicial do Ministério da Fazenda é que esta compensação pelo desconto de 10% por 15 dias represente R$ 350 milhões, porém o valor ainda terá que ser atualizado. Segundo Guardia, o governo terá “dotação orçamentária para fazer frente a essa despesa” e também a compensação a cada mês.
Depois dos 15 dias de suspensão da greve, haverá uma nova reunião entre as entidades e o governo para verificar como está o cumprimento dos 12 itens que constam no acordo. Também consta entre compromissos a realização de encontros periódicos a cada duas semanas. Padilha ressaltou que Temer autorizou o acordo.
Logo após a reunião acabar, foi convocada uma coletiva de imprensa com os ministros Eliseu Padilha, Carlos Marun, Valter Casimiro (Transportes) e Eduardo Guardia e também com os representantes das entidades dos caminhoneiros que firmaram o acordo. A União Nacional dos Caminhoneiros (Unicam) e a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) não assinaram o documento.
Fonte: Aqui Notícias